Todo mundo acha que receber SMS de phishing é um incômodo isolado. Não é. É uma brecha física.
Há dias pesquisadores e autoridades relataram o uso de torres celulares portáteis — chamadas na imprensa de “SMS blasters” — que fazem seu telefone escolher uma estação falsa e, em seguida, disparam mensagens em massa para aparelhos naquela área. Imagine a sua operadora com uma porta dos fundos: é isso que essa tecnologia cria.
O ponto de virada não é técnico, é social. Quando seu aparelho se conecta à estação errada, números, conversas e confiança deixam de ser propriedade sua e viram canal de ataque. Golpistas exploram esse vetor para clonar jornadas de recuperação de conta, distribuir links maliciosos e amplificar golpes locais sem depender de bases de dados roubadas.
O que você pode fazer agora — sem precisar virar especialista em radiofrequência:
- Evite clicar em links via SMS; prefira abrir o site manualmente no navegador.
- Troque SMS como segundo fator por um autenticador por app ou chave física sempre que possível.
- Ative bloqueio anti-phishing e verificação de remetente no seu aparelho ou serviço de mensagens.
- Reporte SMS suspeito à sua operadora e às autoridades digitais: padrões regionais ajudam a rastrear estas torres móveis.
Empresas e reguladores também têm papel: bloquear uso não autorizado de espectro, fiscalizar equipamentos portáteis e educar comunidades sobre sinais de torre falsa (sinal instável, conexão súbita a rede desconhecida, SMS com links curtos). Sem essas ações, a confiança no canal mais banal — a caixa de entrada — vira risco sistêmico.
Se a sua segurança digital começa no telefone, o que você vai mudar amanhã para impedir que ele vire uma porta aberta?
Fontes: Olhar Digital — Golpes via SMS crescem com uso de antenas falsas de celular (https://olhardigital.com.br/2025/09/22/seguranca/golpes-via-sms-crescem-com-uso-de-antenas-falsas-de-celular/)