Todo começo de conversa com recrutadores de VC nas últimas semanas teve o mesmo refrão: “MBAs existem, mas não bastam”. O que as publicações recentes mostram é uma mudança concreta no critério de contratação — não por gosto, por necessidade.
Há duas notícias que explicam essa virada. Uma pesquisa e relatório sobre o pipeline MBA‑to‑VC mostrou que o caminho tradicional ainda existe, mas está mais frágil: fundos buscam experiência operacional e técnica além do pedigree acadêmico (TechCrunch).
Paralelamente, uma onda de startups está construindo “ambientes” para treinar agentes de IA — mundos simulados, infra para RL e pipelines de dados que exigem engenharia, produto e operação — habilidades que não se aprendem só em sala de aula (TechCrunch).
Resultado: fundos pagam atenção a três tipos de experiência que viraram moeda corrente.
- Construção técnica aplicável — saber colocar um experimento em produção, não só descrever teoria.
- Produto em ambientes incertos — experiência com sistemas que mudam em tempo real (simuladores, infra de treino).
- Resultados mensuráveis — métricas diretas: melhoria de custo de treino, redução de latência, aumento de retenção.
Para quem tem MBA: transforme o currículo. Traduza estudo de caso em impacto: linhas com números, pipelines que você ajudou a escalar, decisões que reduziram risco. Para quem vem de engenharia ou produto: amplifique narrativas de liderança e visão estratégica; fundos querem operadores que entendam tecnologia.
A má notícia: a demanda por habilidades práticas aparece numa curva que favorece quem já trabalhou em ambientes de treino e produto. A boa notícia: essas habilidades são demonstráveis com projetos, repos e estudos de caso — não exigem necessariamente outro diploma.
Onde você aposta seu próximo 12 meses: em aulas teóricas ou em um projeto que valide impacto mensurável?
FONTES:
TechCrunch — VCs are still hiring MBAs
TechCrunch — Silicon Valley bets big on environments to train AI agents
TechRadar — Nvidia AI sales forecast